Luz para os Tempos Novos
Eis que a luz se fez, se faz e se fará - para anunciar a
eternidade cíclica da salvação do mundo e da redenção do ser humano.
Todo movimento verdadeiro de evolução da consciência, se
ampara sobre um definido Projeto de
Humanidade.
Muitas vezes, as sociedades se erigiram a partir de núcleos
de indivíduos conscientes e ativos, emergindo como luzes em meio ao caos de uma
época de trevas e de ignorância.
Chamaram então a si próprios de homens verdadeiros, homens
livres, homens salvos.
Raças inteiras nasceram no tributo destas castas originais
chamadas de incas, hindus, caldeus, maias, toltecas...
Os nossos tempos têm conhecido o despertar de uma nova
espiritualidade. Em parte é a espiritualidade de uma época do mundo, voltada
para o ecumenismo e a ecologia.
Em parte também representa o anúncio das novas coisas,
embasando-as ou mesmo já manifestando-as.
A revelação da natureza das raças humanas, realizada pela
Teosofia a partir do século XIX, visava precisar a etapa de evolução em que
vive a humanidade.
Não podemos dizer que tal coisa foi muito clara desde o
início, mas a evolução da revelação da Doutrina Secreta e o resgate da Sabedoria
das Idades, têm fornecido um quadro deveras claro do calendário racial e
planetário de evolução.
A isto tem se acrescentado detalhes acerca da formação
tradicional destas raças, através da evolução das suas bases sociais e
geográficas.
Tudo isto também recebe um aval superior, através das
manifestações sagradas regulares e das manifestações divinas periódicas.
É fundamental para o bem-estar do ser humano, da sociedade e
do planeta, que exista um modelo antropológico delineado. Que haja metas
evolutivas definidas para a sociedade. Isto não significa dizer que todos serão
forçados a alcançar as mesmas coisas, apenas que existe um ideal, como algo
tido por todo como possível e necessário, e pelo qual todos devem se esforçar
por alcançar ou, pelo menos, respeitar e apoiar com todas as suas capacidades.
Sabemos assim, que uma nova humanidade está em marcha, e se
trata da quarta humanidade após a lemuriana, a atlante e a ariana. Estes
Arcanos Menores quaternários, remetem aos Mistérios do Coração, despertando a
verdadeira iluminação e a manifestação das almas-gêmeas.
Tais coisas definem, pois, as perspectivas da nova
humanidade, sobre as quais se erige o novo modelo antropológico: o homo religious, pelo qual se consumará a
evolução humana nos milênios seguintes, conduzindo o planeta para uma condição
de ascensão coletiva.
Mas também sabemos que uma nova manifestação da Loja dos Mestres
deve vir para orientar esta evolução humana, Loja esta que ocupa por sua vez
uma natureza sêxtuple. Tais Arcanos Maiores setenários, apontam então para os
Mistérios da Ascensão espiritual, promovendo a unificação planetária e a
cosmificação da consciência.
Assim, a fórmula 4:6 rege a evolução que começa, evocando
por esta razão a forma do Cubo, presente nas medidas da Jerusalém celeste do
Apocalipse de São João.
Em termos espaço temporais, as coisas estão igualmente
definidas. A própria Teosofia oferecia indicações sobre a região da consumação
da raça anterior, a se desdobrar na América do Sul.
Outros calendários tradicionais puderam precisar os ciclos,
para além dos largos mitos de tempo presentes em antigas Tradições. Dentre
estes se destaca com certeza o calendário maia, o único do mundo a fornecer uma
data profética para a transição racial e civilizatória.
Tais síntese e reunião de informações preciosas, atesta por
si só o valor do ecumenismo, no qual também existe lugar seguro para a Ciência
em todas as suas dimensões.
Naturalmente, baseados nas profecias, nos mitos e nas
tendências da época, muitos esperam que uma transição desta natureza deva
trazer todos os signos de uma catástrofe mundial.
Porém, esta é apenas mais uma ilusão materialista, incapaz
de penetrar na sutileza das coisas. O caos e o descontrole já estão implantados
no mundo, e a própria Ciência já decretou a falência parcial da humanidade,
independente das medidas que venham a ser eventualmente tomadas.
Isto deve ser suficiente para que as melhores almas se
reúnam para buscar fundar uma nova civilização, sob pena de que por não se
haver começado a tempo, já não dê tempo para nada mais!
Uma floresta se renova aos poucos. O velho deita seus brotos
e sementes, e seus restos adubarão a vida nascente que se esforça por emergir à
luz.
Apenas não se pode perder
tempo quando a luz se faz e a vida anseia por rebrotar.
As bases
Tudo isto é muito bonito conhecer, e é muito importante
alcançar o máximo de precisão nestes saberes. Porém por sua própria elevação,
ainda é preciso colocar bases para alcançar tais realizações.
O conhecimento destas altas realidades espirituais, é o mais
raro e especial que existe. No entanto, ele não pode se afirmar sem a colocação
de certas bases humanas, naturais e sociais. Boa parte disto tudo, cabe à
própria humanidade realizar, colocando assim os marcos desta ponte para o
infinito, que os mestres são capazes de proporcionar ao ser humano.
Da mesma forma como uma árvore não pode ficar sem raízes, o
conhecimento superior tampouco pode florescer sem a presença destes alicerces
humanos. Sem estas bases, tudo o que resta é o misticismo fantasioso, crendices
e superstições de toda a ordem, enfim, a falsa religiosidade e a pseudo-espiritualidade.
Assim, podemos começar por nos perguntar “o que significa
ser livre?” mais uma vez. Cada um poderia ter a sua própria resposta, e com
isto caímos no subjetivismo. As luzes começam a surgir, quando pensamos que
somos seres sociais, gregários. Precisamos uns dos outros, para sobreviver e
para dar sentido às nossas vidas.
Então, é preciso redefinir o conceito de liberdade, o qual
pode variar entre uma sociedade e outra, e de uma época para outra, de sorte
que mesmo o homem comum dos nossos tempos tem a sua, por mais que seus
conceitos soem ilusórios e perigosos aos olhos da conservação ambiental, da
evolução social e da salvação espiritual.
Sim, é possível escapar ao subjetivismo, quando falamos de
liberdade. Desde a Antiguidade, os sábios identificaram os caminhos da
libertação. Por isto, existem algumas premissas luminosas, em relação à vida
real. Entre elas, merecem destaque a simplicidade de vida, o contato com a Natureza,
a auto-suficiência econômica, o respeito aos direitos essenciais dos homens,
entregar-se à providência, a vida em comunidade e a diversidade de valores.
O princípio da liberdade –que a ocultista Alice A. Bailey
relaciona às energias mais elevadas, reunidas sob a égide de Shambala-, costuma
ser evocado pela humanidade em função de aspectos econômicos ou de crenças. Na
realidade, a liberdade deve atingir todos os planos da evolução humana, que são
o físico, o emocional, o mental e o espiritual. A liberdade é a mais espiritual
e abrangente dos conceitos, estando impregnada pela energia do 1º raio, que não
por acaso é também o primeiro dos princípios.
Um dos grandes aspectos da simplicidade, reside justamente
no equilíbrio e na diversidade das coisas. A ausência da harmonia é a fonte de
todos os males imagináveis, é uma verdadeira abertura da Caixa de Pandora.
Podemos definir a liberdade, como uma busca pela Verdade. A
liberdade espiritual começa, na realidade, não apenas na livre-opção por
escolher crenças, mas na auto-liberação progressiva do próprio ego. Ademais, a
idéia de que “a verdade é uma terra sem caminhos” é falaciosa. Ora, se não há
caminho, não há jornada. Por isto, certo estava o Buda que afirmou ser
necessário conhecer o caminho correto.
E neste caso, ele também apresentou o seu dharma como um caminho provisório, o
que é válido na sua época para cada caminhante, como também em relação aos
tempos vindouros, quando o seu ensinamento deveria ser superado ou completado
por outro mais avançado.
O Dharma é um instrumento (O barqueiro, Vanyr Carlla)
Em tese, todo ensinamento espiritual visa a libertação do
ser humano. Muitos deles apresentam todavia uma face mais mística, e em parte
isto se deve à corrupção dos princípios a que o tempo sujeita os ensinamentos,
assim como aos esforços de adaptação das doutrinas às condições humanas
restritivas. Porém, vasculhando as origens das religiões e as filosofias,
encontramos sempre uma série de prescrições éticas para regrar a vida comum.
No Cristianismo, por exemplo, se tinha de início uma base
comunitária inspirada nos apóstolos, assim como o budismo e tantas outras
filosofias profundas. Depois se foi separando as coisas, afastando a vida
monacal do cotidiano profano.
A vida comunitária se afirma por muitas razões, e sua lógica
é tão poderosa que tem inspirado grandes movimentos sociais nos últimos
séculos. Para além destes experimentos materialistas que afirmam a sua base
prática e moral, o comunitarismo tem sido sempre um alicerce essencial para as
classes espirituais e aristocráticas, quer dizer: as ordens religiosas e
militares; cujos valores elevados permite adotar a
vida simples, natural e frugal. E são estas que, com efeito, tem a capacidade de assentar as bases profundas de uma civilização, através da experiência espiritual objetiva e da nobreza d’alma.
vida simples, natural e frugal. E são estas que, com efeito, tem a capacidade de assentar as bases profundas de uma civilização, através da experiência espiritual objetiva e da nobreza d’alma.
Esta liberdade maior, também é o processo de construção do
homem novo. E ela não se conquista apenas em função de medidas e resoluções
parciais, pois sua profundidade demanda que ela apenas seja realmente alcançada
através de todo um processo civilizatório tendo por base a educação.
Por isto, uma forma de tratar o assunto, é elaborar uma
perspectiva ampla de liberdade, capaz de abranger todos os planos da condição
humana, como educação, saúde, governo, espiritualidade, etc.
Não pode haver medida mais revolucionária do que a criação
de novas cidades, porém esta organização deve ser muito criteriosa, a fim de
não degenerar e proporcionar os efeitos desejados de transformação.
A comunidade é o canteiro de luz, onde devem ser semeadas as
novas mudas da humanidade.
A nova cidade deve reunir os eleitos, que são simplesmente
as pessoas conscientes do conjunto das necessidades evolutivas, e que se
esforçam por realizar os planos de Deus.
Dentro da evolução cíclica das coisas, é natural que certo
grupo surja como porta-voz de novas Verdades reveladas, na medida em que este grupo esteja próximo de uma Fonte original de revelação. Naturalmente, a simulação também é comum, pois surgem sempre muitos falsos profetas ou mesmo mensageiros menores, não raro considerados messias.
grupo surja como porta-voz de novas Verdades reveladas, na medida em que este grupo esteja próximo de uma Fonte original de revelação. Naturalmente, a simulação também é comum, pois surgem sempre muitos falsos profetas ou mesmo mensageiros menores, não raro considerados messias.
Os
fatos
Nós temos certeza de que a maior
parte das pessoas almeja seguir um caminho novo e equilibrado. Muitos
certamente permanecem no comodismo e na ilusão, levando-o as à indiferença ou
às falsas soluções, que podem ser as frustrantes medidas políticas de toda
sorte, seja o voto ou a guerra. O sonho out
sider destas gerações tem sido forte, porém é preciso fazer isto com
coerência e profissionalismo, para que não se limite a ser apenas um sonho ou
uma fantasia. Muitos se queixam que devem permanecer no sistema para
sobreviver, porém também sabemos que quando muitos sonham juntos este sonho
pode começar a virar uma realidade, já que “a união faz a força”.
Fala-se também dos caminhos da não-violência, greves, etc.
Porém, cada vez mais, o sistema fecha os seus tentáculos, buscando neutralizar
os recursos de reivindicação de direitos, entre eles a própria programação do desemprego como forma de debilitar
as forças trabalhistas. Esta é,
definitivamente, uma luta inglória, onde os esforços de uma geração se perdem
na geração seguinte, a tal ponto que revoluções que cobram rios de sangue chegam
a não dobrar a curva do século, soçobrando de uma forma ou de outra.
Afinal, todos estes recursos políticos -seja votos, greves
ou revoluções-, sempre trata de dialogar diretamente com o sistema, e nunca vão
em busca de uma mudança estrutural das coisas. O sistema procura de todas as maneiras se
precaver contra mudança estruturais, e se porventura alguém chegar a ousar
manifestar tal intenção, o golpe é desfechado de imediato. Já vimos isto se
repetir muitas vezes na História, de modo que não podemos ter mais nenhuma
ilusão a respeito. Fazê-lo seria pecar contra a mais cristalina lógica. Em
parte, é o desconhecimento de alternativas válidas que produz esta inércia de medidas
e soluções.
Em meio à guerra fria ou mesmo depois das grandes guerras, a
juventude começou a ensaiar caminhos alternativos. São estes, justamente, que
devem ser aprofundados, agora e cada vez mais, para se tornar uma prática
profissional e de fato tradicional, passível de ser avaliada dentro da História
humana como medida eficaz e recorrente, como se observaram com os êxodos
organizados que deram lugar a novas nações e sociedades ao longo dos tempos,
tal como os mitos enfatizam e a própria História registra, êxodos estes
motivados pelos mais diferentes fatores.
Os atributos dos tempos atuais, não são muito diferentes
daqueles de outras crises civilizatórias: opressão, materialismo, degradação
ambiental, degeneração moral, injustiça e opressão, guerras e violência, fome...
trata-se, enfim, da clássica Kali Yuga,
a Idade Negra do ocaso das civilizações.

Kalki avatar, o vencedor do Kali Yuga
Esta liberdade a que se propugna, possui amplas conotações
espirituais, existenciais, matrimoniais e sociais. Ela inclui superar todos os
preconceitos, todos os pressupostos e todos os privilégios de nascimento. De
outro lado, ela também confere todos os direitos em função das capacidades
manifesta por cada um.
O termo latim civitas
reúne cidade, cidadão e civilização. Nisto está a semente da renovação, uma fórmula
social de evolução para o Humano Novo, um ambiente propício para um desenvolvimento
seguro das consciências, e onde a fraternidade possa enfim se restabelecer entre
os homens e toda as tecnologias benéficas necessárias possam ser implementadas sem
resistências. Com esta esperança e tarefa, podemos caminhar seguros de que
o futuro sorrirá um dia pra todos!
Luís A. W. Salvi é escritor holístico, autor de cerca de 150 obras sobre a transição planetária.
O grande objetivo deste esforço fundacional, é restaurar a Unidade
das coisas –entre o superior e o inferior, entre o passado e o futuro, entre o
interior e o exterior, entre o masculino e o feminino, entre o eu e o outro, etc.-,
unidade esta simbolizada pelo símbolo solar pois remete também à iluminação das
coisas, razão pela qual Hermes Trismegisto encerra a sua Tábua de Esmeraldas que
trata do macrocosmo, do mesocosmo e do microcosmo, com estas palavras:
“Por esta razão fui chamado de Hermes Trismegistos, pois possuo as três partes da filosofia universal. O que eu ensinei sobre a Obra Solar é completo.”
Luís A. W. Salvi é escritor holístico, autor de cerca de 150 obras sobre a transição planetária.
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